quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Compartilhamento de poesia

Bom, hoje em dia todo mundo faz compartilhamento de arquivos, compartilhamento de imagens, compartilhamento de vídeos. Porque não compartilhar uma poesia?
A poesia que posto para vocês hoje é do escritor espanhol Ramón Sampedro, entitulada Mar Adentro. A poesia deu título ao premiado filme de Alejandro Amenábar, que conta a história do escritor em questão após sofrer um acidente e ficar tetraplégico.
O que acho mais interessante nela, é o romantismo e o amor presentes, mesmo diante de tanta tristeza e do constante desejo pela morte que permeeou sua vida e sua obra. Seja o amor real ou criação do imaginário humano, considero digno de minha admiração, pois vemos que mesmo diante do desejo de morte, ou da morte iminente, o que sobra no final de contas, é o amor. It´s all about love.

Mar adentro, mar adentro.
Y en la ingravidez del fondo
Donde se cumplen los sueños
Se juntan dos voluntades
Para cumplir un deseo.

Un beso enciende la vida
Con un relámpago y un trueno
Y en una metamorfosis
Mi cuerpo no es ya mi cuerpo,
Es como penetrar al centro del universo.

El abrazo más pueril
Y el más puro de los besos
Hasta vernos reducidos
En un único deseo.

Tu mirada y mi mirada
Como un eco repitiendo, sin palabras
"más adentro", "más adentro"
Hasta el más allá del todo
Por la sangre y por los huesos.

Pero me despierto siempre
Y siempre quiero estar muerto,
Para seguir con mi boca
Enredada en tus cabellos.



La Traviata me surpreendeu


Bom, não esperava muita coisa da montagem. Pode ser um preconceito bobo meu, mas não sabia que baiano sabia fazer ópera. E de fato, algumas coisas podem ser criticadas. A acústica dos microfones, por exemplo, não estava ruim, mas poderia estar mais alta. O figurino das mulheres ficou aquém do exigido para caracterizar a aristocracia francesa do século XVIII. E a tentativa de encaixar um solo de dança mais contemporânea também foi frustrante.
Tirando esses detalhes, o resultado foi bastante positivo. Em primeiro lugar, fiquei surpreso com a platéia. Em plena segunda-feira, o TCA estava lotado. A platéia em peso assistiu à mais de duas horas de apresentação, com uma animação atípica para este dia da semana. E diga-se de passagem, lotar o TCA mesmo fim de semana, pode ser uma tarefa difícil. Ficou mais que provado que, sim, Salvador tem público para ópera.
O segundo ponto que foi o melhor aspecto da apresentação foi a maestria dos cantores líricos. Excelentes vozes, postura, interpretação corporal intensa, harmonia entre personagens, enfim, um resultado perfeito. A cantora que interpretava Violetta, a transviada dama das camélias, foi incrível, não deixando a desejar desde sua inicial frivolidade ao seu trágico desfecho.
Espero que outras montagens de ópera venham aí, para que o público baiano possa ter contato com essa manifestação artística tão rica e interessante.

PS: A foto postada não é do espetáculo La Traviata, mas não representa a montagem que foi feita aqui, sendo portanto meramente ilustrativa.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Lulu na Concha


Próximo domingo, dia 20 de setembro, Lulu Santos estará na Concha Acústica apresentando o relativamente novo show LongPlay, às 19hs.

O show contará com músicas novas, assim como antigos sucessos como "De repente Califórnia", "Como uma onda", "Tempos Modernos" e "Tudo Azul".

O primeiro lote de ingressos está no valor de 60 reais (inteira) e o segundo lote estará no valor de 70 reais (inteira).

Estarei lá com Déa para conferir, quem achar uma boa pedida pro domingão, me avisa que a gente se encontra por lá. Quem sabe depois não rola uma pizza com Lulu?

Mais ou menos o mesmo

Ainda lembro a primeira vez que senti um beijo apaixonado. Parecia que a vida, finalmente!, abria para mim milhões de possibilidades. E todas elas trouxeram outras bocas, e outros beijos apaixonados, que com o tempo passando através dos anos, viraram apenas beijos. Pensei que já não era mais o mesmo. Pensei que, talvez com uma certa maturidade, paixão era apenas uma ilusão criada, depois de passar a vida assistindo os casais extremamente apaixonados dançando nos clips, beijando nas novelas, sofrendo nos filmes...Isso era enfim a maturidade? A descoberta de uma vida sem paixão? Apagar este fogo e viver de forma mais morna, mais equilibrada? Talvez fosse. Depois de tantos amores, parecia que a vida tinha me transformado em alguém mais experiente. E a voz da experiência me dizia que eu estava no caminho certo e que o tempo das paixões dura apenas enquanto a juventude durar. Voz traiçoeira essa da experiência. Esqueceu dizer que, a chegada de outro beijo apaixonado - que pode demorar, mas chega - é suficiente para derrubar tudo que foi construído. Jogamos todos os conceitos e toda suposta maturidade para cima. Voltamos a acreditar nos casais apaixonados. A vida abre novamente, finalmente, as suas milhões de possibilidades. E aí percebemos que não mudamos tanto assim. Não amadurecemos tanto assim. Não ganhamos tanta experiência assim. E que no final das contas, ainda somos mais ou menos os mesmos.

Último dia de La Traviata no TCA


La Traviata, em português, A transviada, é uma ópera em 4 atos elaborada pelo compositor Giuseppe Verdi. Foi baseada no romance de Alexandre Dumas, A dama das camélias, e conta a história de um amor impossível entre uma mulher mundana e um aristocrata parisiense. A obra tem diversas semelhanças com a história de Moulin Rouge, como a figura do pai moralista, o barão pelo qual a personagem feminina finge amor, e um final tuberculoso.
Exibida no TCA nos dias 08, 12 e 14 de setembro, a ópera é composta principalmente pelos cantores líricos da ALBA (Associação de cantores líricos da Bahia) e pela Orquestra Sinfônica da Bahia. O preço é bastante acessível, variando entre 10 à 30 reais.
Assistirei hoje à noite, que é o último dia, e recomendo à todos que puderem que façam o mesmo. Afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de assistir a uma ópera em Salvador, e é importante ter contato com uma arte erudita, muitas vezes distante de nossa realidade.
A ópera é cantada em italiano, e o casal principal é composto por uma soprano e um tenor.

Amanhã dou minha opinião sobre a obra.

Sobre o título

Já que Machado de Assis usou essa fórmula de começar a história de Bento e Capitú com um "Sobre o título" e funcionou, porque não utilizar essa fórmula já testada e aprovada pelo público não é mesmo, minha gente?
Então, a personalidade dissocial é um distúrbio de personalidade, mas nada grave. Um transtorninho leve que faz a pessoa ficar menos melosa e mais sarcástica. Mas nada que chegue a agredir ninguém, muito pelo contrário. Personalidades psicopáticas são fofas, e assim como os milk-shakes da Bob´s, só precisam de um pouco de carinho.
Não há nada a temer.